A Câmara Municipal de Castelo Branco acaba de adjudicar uma empreitada no valor 233.586,17 euros, IVA incluído, à empresa Pilar Verde - Construção, Ambiente e Gestão Florestal, Lda, para a requalificação do “património arbóreo e arbustivo” da Av. General Ramalho Eanes e áreas adjacentes.
O contrato, que terá uma duração de 120 dias (quatro meses), promete mudar o aspeto verde da zona, mas o que está em causa é mais do que apenas “plantas”.
Segundo o caderno de encargos da obra, ao qual o Diário Digital Castelo Branco teve acesso, estão previstas intervenções que incluem o abate de 87 palmeiras, a plantação de mais de 1100 arbustos, a aplicação de 1100 m² de relva em tapete com rega automática, a substituição de calçadas existentes, colocação de brita e outros materiais e até trabalhos de monda em 2200 arbustos fornecidos pela própria câmara.
Tudo isto, num contrato público que ultrapassa os 233 mil euros com IVA incluído, para uma avenida que, segundo muitos munícipes, não apresentava qualquer urgência visível de intervenção, sendo as palmeiras um excelente cartão de visita da cidade.
A polémica estalou quando se percebeu a dimensão e o custo da intervenção, especialmente numa altura em que há carência de respostas em áreas como habitação, mobilidade e apoio social. Há quem veja nesta adjudicação um luxo mal justificado, com suspeitas levantadas sobre a real necessidade de gastar mais de 200 mil euros em arbustos, fertilizantes, brita e transplantes de árvores.
Até ao momento, não houve apresentação pública do projeto nem qualquer sessão de esclarecimento para a população, o que reforça o clima de desconfiança. O contrato foi aprovado em silêncio, sem debate político visível e com pouca divulgação.
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